terça-feira, 7 de abril de 2009

O réptil e o sonho

Segunda-feira. Mais uma semana que tinha tudo para começar como todas as outras, mas que por algum motivo (gerador de improbabilidade, talvez?), recusou-se a tanto. Ah, não, não ESTA semana, não senhor! Vejamos o que ocorreu: Na madrugada, enquanto dormia, tive um sonho estranho, com um dos meus maiores medos. O que era estranho? Bom, talvez o fato de UM de meus maiores medos estar presente e eu não ter demonstrado medo? No caso do sonho, foi a altura. Quem já assistiu "Indiana Jones e o Templo da Perdição" deve lembrar da cena da ponte de corda. Foi algo parecido, só que sem adoradores de Kali, chicote ou facão. Mas a morena voluntariosa estava lá, pelo menos! Rs! Pois bem, acordei atrasado e tomei banho correndo. Detalhe: Na madrugada, enquanto estava ocupado brincando de "Indiana Jones no reino do Inconsciente", choveu bastante. Detalhe APARENTEMENTE desprovido de importância. Mas tal qual aconteceu com a criação de Victor Frankenstein, naquela noite chuvosa algo se movia e recebia seus primeiros impulsos de vida. Algo que haveria de crescer e tornar-se uma força irresistível. O dia amanhece. Avançamos algumas horas e chegamos ao ponto onde nossa narrativa parou: eu estou tomando banho correndo, atrasado em meu cronograma particular e tentando desesperadamente não atrasar-me para o dia de trabalho. SURPREENDENTEMENTE, consegui.

E então, eis que ocorreu algo extremamente incomum. O incomum completamente sustentado no cotidiano. "Todo dia ela faz tudo sempre igual/me sacode às seis horas da manhã/me sorri um sorriso pontual/e me beija com a boca de hortelã". O cotidiano que revela-se o absurdo do fantástico. Ao sair de casa, tranquei o portão. Depois de dar a volta na chave, dei mais uma chacoalhadinha no portão para certificar-me de que estava trancado. Como já foi mencionado, choveu na madrugada anterior. O mundo estava úmido. O céu estava cinzento. DOOM, até. As grades molhadas do portão. Ao chacoalhar as grades, algumas gotas respingaram em minha mão. Mas havia ALGO MAIS que também caiu. A mente é uma coisa impressionante. Nós não prestamos atenção em nossa própria capacidade de perceber detalhes. De construir raciocínios a partir desses detalhes. De construir visões de mundo inteiras a partir de um ligeiro detalhe insignificante. Mas DESTA vez eu enigmaticamente consegui acompanhar o meu processo de pensamento do incício ao fim, embora ele não deva ter durado mais do que um segundo. A princípio pensei ser água. Mas como não escorregou, e demonstrou consistência sólida, pensei em um resíduo. Algo como um pedaço de graveto, ou casca de árvore, ou folha. Algo do tipo, inanimado. AINDA dentro desse um segundo da construção do processo de pensamento, meus olhos focaram a mão. O que eles viram simplesmente distorceu minha mente. De forma definitiva, talvez. É de conhecimento comum, público e notório, que lagartixas (aliás, répteis em geral) são frios. "Geladinhos" dizem alguns. Pois é. É isso. Cortei o suspense gótico vitoriano. Foi uma LAGARTIXA que caiu em minha mão. E minha mente continuava funcionando no quadro-a-quadro. Aconteceu tudo rápido, mas eu vi claramente o processo de pensamento passar da reação de FUGA(do bicho que mais me apavora no mundo), que levou o corpo a pular, para o reflexo de REAÇÃO que fez o corpo ARREMESSAR o bicho que estava em cima da mão, e do qual, portanto, não adiantaria fugir.

Então, é isso. Para um observador externo, eu pulei e joguei longe uma lagartixinha, tão somente.

Mas para o único observador interno, está claro agora que uma força conquistadora está a caminho. Algo como Arthur, o rei adormecido que dorme, aguardando o momento de maior momento da Britânia. Como Brian Boru, da Irlanda. Como Dom Sebastião, de Portugal.

Mas esse rei ainda dorme. Prova disso é o fato de que ao procurar uma imagem para ilustrar esse post, na busca de imagens do Google, não consegui disfarçar minha ojeriza. Vamos tentar novamente, agora.Ao que parece, o Rei Adormecido dá pontapés durante o sono! ;-)

Ilustram este post, em ordem de aparição: Rei Arthur, Brian Boru, D. Sebastião e uma lagartixa.

BONUS TRACK DA VERSÃO JAPONESA:

LAGARTIXA

Nome científico: Rhacodactylus leachianus, Gekko gecko, Gekko smithi, Uroplatus fimbriatus
and Saltuarius cornutus

Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Família: Gekkonidae
Habitat: Áreas florestais
Hábitos: Dependendo de cada espécie, pode ser diurno ou noturno.
Nome comum: Lagartixa

Características: As lagartixas têm facilidade para subir em qualquer lugar.Isso porque elas possuem uma espécie de pequenas laminas cobertas por pêlos microscópicos em forma de ganchos e são esses pêlos permitem a esses animais escalar muros, vidros de janelas e andar pelo teto de cabeça para baixo. É comum que as lagartixas se instalem em nossas casas, mas isso é bom, pois se alimentam de insetos daninhos, como as traças e mosquitos. São animais frágeis, de coloração bege clara e olhos escuros.
A reprodução é ovípara. Geralmente, as fêmeas põe entre 1 ou 2 ovos e guardam em cascas de árvores ou fendas em pedras. Existem mais de 400 espécies de lagartixas nas regiões quentes do mundo.

Fonte: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/lagartixa.htm

sábado, 4 de abril de 2009

Endimion - Agony

Pra quem desconfia que eu estou deixando de escrever sobre metal, fica aqui um videozinho do Endimion, banda death/doom do camarada chileno Matias Ibanez, em seu show de março em Concépcion. Enjoy it.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Coração da cidade, a um passo do céu


Esta noite o blogmóvel capturou um grupo de astrônomos amadores na Av.Paulista. Pela primeira vez, vi Saturno com meus olhos e a mente plenamente consciente. Épico!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Improbability drive!!!(Ou: "Pequenos milagres cotidianos")

Em algum lugar do universo um motor de improbabilidade deve estar sendo construído. De fato, é possível (embora não provável, por motivos óbvios) que ele JÁ esteja funcionando. Para aqueles não-familiarizados com essa tecnologia: O motor de improbabilidade (originalmente, Improbability Drive, em inglês) foi criado pelo escritor Douglas Adams, e cria um campo dentro do qual, absolutamente QUALQUER COISA pode ocorrer. Em sua obra "O Guia do Mochileiro das Galáxias"(originalmente, "The Hitchhiker's Guide to the Galaxy", em inglês), esse motor é a força... bem... MOTORA da nave mais veloz da galáxia, a Coração de Ouro (originalmente Heart of Gold, em inglês). Simplificando grosseiramente, quanto mais improbabilidade fosse acumulada, mais fácil seria a nave ir parar em um lugar distante, completamente diverso daquele em que se encontrava no momento. Uma estratégia para evitar os enjôos do hiperespaço(originalmente, hyperspace, em inglês, se não me falha a memória(originalmente, memory, em inglês). Algo assim.
Enfim.
Qual o meu motivo(originalmente, reason, em inglês) de falar sobre esse monte de coisas? Continue lendo(originalmente, read on, em inglês)...
Há um cientista americano DE VERDADE (originalmente, A REAL American scientist, em inglês), Ronald Mallet, construindo uma máquina do tempo (originalmente, time machine, em inglês) DE VERDADE, usando tecnologia DE VERDADE! Isso é meio improvável, não? E a improbabilidade atrai mais improbabilidade! Algo do tipo, quanto mais improvável é um acontecimento, maior é o "rombo" que ele deixa no tecido das probabilidades para que OUTROS eventos improváveis de menor tamanho ocorram, até tapar aquele rombo. Na verdade, é até possível que a máquina de Mallet não tenha sido a primeira pedra a ser derrubada nesse efeito dominó, mas que seja apenas mais uma improbabilidade tentando ocupar o vácuo de OUTRO evento altamente improvável, do qual todos nós devemos estar lembrados: A MORTE de Dercy Gonçalves!
Se considerarmos ESSE como o evento catalisador, então teremos grandes improbabilidades cada vez menores escoando e fechando o buraco. E isso explica como uma luva as duas improbabilidades que presenciei esta semana e que são o motivo da existância deste post:

Terça-feira, 31/03/2009:
Ao voltar do serviço, encontrei, no lugar mais IMPROVÁVEL possível um ser vivo!
DENTRO do vagão do metrô. DENTRO da lâmpada dentro do vagão de metrô. E sim, a lâmpada ESTAVA acesa! E QUAL era a improvável fera urbana que andava de metrô? UMA LAGARTIXA! O DRAGÃO URBANO ME SEGUINDO DENTRO DO METRÔ! Deja Vu de Predador 2, pra quem já assistiu.

Quarta-feira, 01/04/2009
Ao voltar do serviço, escuto um som de flauta. Uma garota (bonitinha, se me permitem o comentário) andando despreocupadamente pela Av. Paulista, tocando flauta com a mesma tranquilidade que eu conversava com minha colega de trabalho ao meu lado. Ela entrou na estação de metrô e continuou tocando, na escada rolante, ao lado de um dos guardas. Momento ABSURDAMENTE insólito e improvável!

Para os próximos dias, espero um AUMENTO na QUANTIDADE de eventos improváveis e uma proporcional REDUÇÃO na INTENSIDADE de sua improbabilidade.

domingo, 29 de março de 2009

sábado, 28 de março de 2009

Heder pagando de designer!!!

Então... ESTA agora é só para falar e botar banca que eu CRIEI para o meu celular um tema baseado em Castlevania. Com uso do Sony Ericsson Themes Editor, o GIMP e o emulador Nestopia rodando os Castlevanias 2 e 3. Foi relativamente fácil e uma experiência muito agradável.
Screenshot da tela de preview do Themes Editor:

For less ordinary days.

E o dia de hoje de fato foi menos ordinário. Senão, vejamos:
Ontem à noite eu estava disposto a doar sangue hoje. E com isso em mente, comecei um jejum de 12 horas, seguindo o raciocínio de que se para fazer um exame de sangue é necessário um jejum, com uma doação não deve ser diferente, certo?
Tendo isso em mente, fiz minhas doze horas de jejum e saí para o Hospital Municipal Prof. Waldomiro de Paula, o popular "Planalto", pois minhas experiências anteriores deixavam bem claro que lá havia um posto de coleta de sangue. Primeira surpresa: Ao subir no ônibus, vejo que meu Bilhete Único está descarregado. Isso não seria um problema per se, mas não se esqueçam que eu estava já 12 horas sem comer, relativamente longe do hospital, debaixo de um sol forte, e precisaria fazer baldeação(contando com a integração gratuita) para chegar ao local. Bom, como eu já estava dentro do ônibus e não tinha um posto de recarga próximo, paguei em $$$, mesmo e segui o caminho. Na hora de fazer a baldeação acabei tomando o ônibus errado(faz TEMPO que eu não ando por aqueles lados! Me processem! Queria ser infalível...), desci em um ponto relativamente longe do hospital, e sim, precisei fazer parte do trajeto a pé. E é CLARO que a parte do trajeto foi JUSTAMENTE uma subida de ladeira, né? Mas tudo bem, tudo bem! Afinal, doar sangue é uma atitude humanitária, um ato de desprendimento, algo vindo de alguém disposto a enfrentar dificuldades... Certo?
Pois bem, chegando ao hospital, sou informado, na recepção, de que eles não têm mais o serviço de banco de sangue, e que o posto de coleta mais próximo seria no Hospital Santa Marcelina. Aproveitei a pausa para recarregar meu Bilhete Único, e 5km depois, lá estava eu, no local que eu buscara. Após penar mais um pouquinho para encontrar a ENTRADA para o Banco de Sangue, finalmente entrei na fila de espera e recebi uma senha. A senha ao que parece era simplesmente para me fazer esperar, tomarem meu nome e RG, e me fazerem esperar novamente para chamarem pelo nome. Vai entender... Após uma longa espera(durante a qual tive tempo suficiente para ler os contos "Círculo Vicioso" de Isaac Asimov e "O Feitiço e o Feiticeiro", de Ambrose Bierce), fui chamado para ser entrevistado pela médica responsável(ou seria enfermeira? Afinal, acho que esse tipo de atividade não necessariamente EXIGE uma médica). Durante essa entrevista foram apresentadas perguntas de rotina, como por exemplo se eu usava drogas, se havia bebido na véspera, com quantas pessoas eu andava fazendo sexo, se entre essas pessoas estavam incluídas prostitutas ou homossexuais(quero crer que foi um eufemismo para travestis, caso contrário, não terei escolha senão considerar aquele pessoal extremamente preconceituoso e homofóbico), se eu já tive hepatite ou coisas do tipo, se já recebi transfusões de sangue. Por fim, recebo a PÉSSIMA notícia:
Eles não poderiam aceitar minha doação.
A moça explicou-me que NÃO se pode fazer doação de sangue em jejum, pelo contrário, o doador tem que estar BEM alimentado, de preferência com uma refeição reforçada, apenas tomando cuidado para não abusar especificamente com GORDURA, mas de resto, tudo liberado.
Ou seja: A parte mais dura, que foi justamente ficar doze horas SEM comer foi totalmente inútil!
Pode piorar? CLARO! Choveu na hora que voltei. ¬¬

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Another insect in the wall


Olá novamente! =D
Começo a desconfiar que o meu bairro tenha sido construído sobre um antigo cemitério indígena.
Para insetos.
Já é a segunda vez que eu topo com insetos de visual exótico a menos de 100 metros de casa.
Será um portal dimensional que foi deixado entreaberto?
Espero que não passem coisas MAIORES, posteriormente!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Paz, afinal?


Depois de muito procurar, finalmente encontrei um pingente com o simbolo da paz de tamanho equivalente ao da cruz que uso. Simbolico: a paz DEVE ser dificil de encontrar.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Blog móvel! o.O

Bem, pessoal, OLÁ! Esta foi a primeira postagem do meu... Hã... Blogmóvel(!?!?!?!?!)!
Pois é! Ao que parece, meu celular permite que eu tire uma foto e publique-a no blog imediatamente, sem enrolação!

Mágico, não?

Ah, a propósito: A foto é de u
ma barata preta/vermelha(Flamengo?) que estava no chão em frente ao meu ponto de ônibus na hora que fui pegar o busão para o trampo.
É, é isso.