sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Epitáfio da perfeição

E eis que aqui jaz, lamentando sua falibilidade, o humano.
Ah, humano, se pudesses voltar.
Terias percebido, humano? Terias percebido o quão vã é a infalibilidade?
Ah, humano, quisera que pudesses enxergar.
Tu, ó passante, que aqui vês este monolito erguido, não em memória ao humano, mas àquilo que morreu no humano, atentai:

Não busque perfeição, não busque infalibilidade!
Mortas estão ambas, e apenas seus fantasmas assombram o mundo dos vivos.
Não ouça o canto de sereia de promessas de perfeição, ó passante!
Não queira ter o fim do humano que aqui jaz, sepultado por um fantasma;
Não queira o fim do humano que ao buscar ser como um fantasma teve como opção somente tornar-se um deles

Eis que ISTO é a vida: Somos falíveis!
Não busque jamais a infalibilidade, antes aceite sua imperfeição, e nela encontre a força.
Lembra disso, ó passante, e leva a teu povo: A infalibilidade está na inatividade e a inatividade é a morte! Nós que vivos estamos, devemos falhar e aprender com nossas falhas.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

E mais uma nova...

Olá, leitores(ok, provavelmente eu conheço PELO NOME cada um dos poucos que vão acessar este post, mas deixem-me ser feliz!:P). Aqui estamos nós com mais um... TRIUNFO DA NERDICE!

Dessa vez a "brincadeira" foi jogar um emulador de NES no meu celular! O emulador é o NEScube, e ele roda com grande parte da área útil da tela. O som é meio bagunçado, e quando ativo, deixa o emulador SENSIVELMENTE mais lento. Eu o evito e uso o MP3 player do celular ao mesmo tempo, sem problemas de desempenho.
O emulador não possui funcionalidade de screenshots, como praticamente qualquer emulador para PC, mas isso não chega a ser realmente um problema(embora deva admitir que seria BEM legal mandar screenshots para amigos no meio da rua!).
Felizmente ele TEM SIM a funcionalidade de Save State, portanto aquela partida excelente não corre o risco de ser perdida.
Um ponto DELICADO que deve ser pensado é a jogabilidade. Jogos do NES foram criados para serem jogados com um joystick(que por sua vez foi projetado para mãos pequenas), e jogar em um teclado de celular torna as coisas um pouco complicadas, principalmente se você, como eu, tiver mãos grandes, másculas, fortes. Considerando isso, NÃO recomendo jogos como Ninja Gaiden, Battletoads, Contra e AÇÃO em geral. Final Fantasy? Perfeito! Zelda? Nenhum pesadelo. Games de tabuleiro? Vai que é tua! Esportes? Fique LONGE de Track&Field e vá sossegado em games de corrida. Megaman? O risco é seu. Castlevania? Bom, fora as medusas flutuantes... Mas isso já é um problema MESMO com o joystick, então acho que PIOR não deve ficar! Rs!

Bom... Quem já está acostumado a fazer essas artes não deve ter achado lá grande coisa, mesmo, né? Mas pelo menos PARA MIM foi totalmente impressionante! Embora não tenha sido concebido para ser portátil, o NES sempre teve jogos com potencial BÁRBARO para a portabilidade, como Lunar Ball, Tetris, Othello e seus diversos RPGs.

Link para download do emulador:
http://jogosparacelular.blogspot.com/2007/10/nescube-emulador-do-nes-nintendinho.html

Divirtão-se! ;D

Bonus track: Video do gameplay de Guardian Legend jogado no celular e filmado com minha webcam. Apenas para dar uma noção da coisa toda...

domingo, 18 de janeiro de 2009

O fim do cyberpunk. E depois...

Leitores e leitoras. Caríssimas e caríssimos.
Bem-vindos ao primeiro post de 2009.

Eu não elaborei muita coisa, na verdade. Trata-se apenas de um tópico que eu postei mais de dois anos atrás na comunidade "GURPS Brasil", considerando a possibilidade de que o gênero cyberpunk, como um todo, tenha sido extinto ou caminhe para essa edição. Leia o texto entre aspas e em itálico que foi a postagem original, e em seguida, leiam o texto entre aspas em negrito que foi a postagem que eu fiz HOJE no mesmo tópico, com uma visão modificada por diversas coisas que aconteceram nesses mais de 30 meses.

16/12/06
"O fim do cyberpunk?
Salve, pessoas... Um pensamento vem ocupando minha pequena mente durante esta semana que se encerra:Será que o GÊNERO cyberpunk encontrou o seu fim?Tanto na literatura quanto no cinema ou nos RPGs e mesmo nos videogames, está cada vez mais RARO vermos menção a "um futuro sombrio em que a vida tem pouco valor, as megacorporações dominam as nações, a tecnologia beira o impossível, a miséria cresce mais e mais, e o computador tornou-se parte vital do cotidiano". Analisando um pouco mais além, esses elementos citados do cyberpunk não parecem já terem se tornado meio cotidianos? Quer dizer, leia de novo o trecho entre aspas retirando a palavra "futuro". Parecem os dias de hoje! Sabe qual a impressão que isso me passa? Que estamos vivendo, em relação ao cyberpunk, um momento inverso, porém SEMELHANTE à fantasia medieval:Com a fantasia medieval, fazemos uma idealização do mundo medieval, de maneira a ser um lugar mais "contos de fada" baseado no passado. Será que o cyberpunk não se tornou também um "conto de fada" baseado em um futuro que não aconteceu? Seria possível revolucionar algo na literatura, jogos, filmes, whatever, para criar um NOVO cyberpunk, e não essa idealização de um futuro que já passou(sinceramente, se o mundo FOSSE se tornar algo como os mundos cyberpunk, acredito que AGORA já deveria estar nesse pé).Bom... É isso, em linhas gerais... Vamos discutir?Melhor do que tópico-spam de propaganda, né?"


18/01/09
"Que coincidência terem upado este tópico! Semana que vem, mestrarei uma aventura de Shadowrun 50% composto de gente que nunca jogou RPG. Estou REALMENTE querendo manter na aventura aquilo que foi chamado aqui de "estética clássica do cyberpunk", usando como paradigma o esquema estético de Robocop.Chega mesmo a ser curioso. O post original deste tópico já tem seus dois anos, e isso foi tempo suficiente para eu experimentar pelo menos duas obras que me ajudaram a sentir como a ESTÉTICA do cyberpunk pode estar ultrapassada(como já foi dito aqui, o conceito todo desse movimento literário já tem lá seus 20 anos), mas as suas idéias ainda permanecem relevantes. São elas: O mangá "Gunm: Hyper Future Vision" e a Graphic Novel "Frank Miller's Robocop". Gunm apresenta uma estética cyberpunk que simplesmente foge de forma bem elegante da mesmice de "vivemos nos EUA e o Japão está dominando o mundo empresarial" apresentando um cenário cyberpunk violento, cheio de ciborgues, desigualdade social e DRAMA HUMANO! Isso foi o que deixou claro para mim que o cyberpunk não "acabou" apenas precisa se reformular (e já o está fazendo, felizmente), e um dos truques para conseguir isso é PARAR de ficar fuçando "tecnologia de ponta" de 20 anos atrás e pensar em... Bom... FUTURO, né? Rs! Quanto ao Robocop, trata-se do roteiro escrito por Frank Miller que originalmente seria usado para o filme Robocop 2. O roteiro foi abandonado por ser EXTREMAMENTE violento e utilizar um humor EXTREMAMENTE sarcástico. Assim, o filme foi reescrito, mas muitos conceitos do roteiro ainda foram aproveitados. E são justamente as partes editadas (além da violência) de um roteiro escrito MUITOS anos atrás que me fizeram sacar que um ambiente cyberpunk, mesmo sem ciborgues a cada esquina (que essencialmente é o cenário de Robocop) ainda é algo consideravelmente longe de nossa realidade. Ou seja: Ainda tem MUITA possibilidade de desenvolvimento/criação no gênero."